Uma análise de livros didáticos de química pós BNCC:
o debate sobre as drogas em xeque.
Resumen
Este trabalho é fruto da minha vivência como enfermeira do Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS-ad III), do município de Três Rios (RJ) e professora de Química da rede estadual de ensino do estado do Rio de Janeiro. As duas experiências foram em prol da educação, especialmente acerca das drogas. Fazemos uma breve contextualização histórica das drogas desde a antiguidade até meados do século XIX e XX, por ocasião das primeiras leis proibicionistas no Brasil. Na década de 1970, as políticas sobre drogas são implantadas e trabalhadas dentro da escola até a atualidade, principalmente após a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), seguida do Novo Ensino Médio (NEM). O objetivo desta pesquisa foi analisar como a temática drogas tem sido abordada no ensino de Química Orgânica e como a temática das drogas aparece no material didático oferecido pelo governo estadual. Para tal, utilizamos o instrumento de aferição dual, que permitiu análise qualitativa e quantitativa do conteúdo sobre este tema nos livros didáticos. O resultado foi que há um currículo mínimo irredutível que insiste na abordagem proibicionista ao abordar a temática droga. Tais livros trazem informações resumidas sobre o conteúdo das drogas, mantendo o foco nos efeitos e danos ao corpo, além da classificação sobre drogas, reforçando ainda a relação das drogas com a violência e a criminalidade.
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Citas
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