The prohibitionist reason as scientific discourse

eugenics and the prohibition of cannabis in Brazil

Abstract

This paper investigates the role of eugenic science in the construction of the prohibitionist discourse on marijuana in Brazil. It highlights how scientific reasoning was mobilized to support social control practices through its racial character. Initially, the concept of drugs and the development of the prohibitionist paradigm are discussed, emphasizing its colonial and racist origins. The work then explores humanity’s long historical relationship with plants of the Cannabis genus, emphasizing their multiple uses prior to criminalization. Our analysis then focuses on the work of the physician Rodrigues Dória, whose actions in the early 20th century were instrumental in associating marijuana with Black and marginalized populations, contributing to the consolidation of a scientific discourse that reinforced social exclusion. Through a historical-epistemological approach, we question the use of reason as a universal justification for repressive practices. We emphasize that prohibitionist policies were not oriented by evidence of the harmful effects of substances, but by racist interests that remain active within our social structures and the prison system. By exploring connections between science, racism, and drug policies, we suggest the urgent need to critically revisit current scientific and educational practices, proposing new avenues of investigation on the subject in the struggle to overcome the prohibitionist paradigm.

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Author Biographies

Cleiton Lessmann, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Educação Científica e Tecnológica (PPGECT) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Possui graduação em Ciências Biológicas (2017) e mestrado em Educação Científica e Tecnológica (2020) pela mesma universidade. Tem experiência na área de Educação e da Educação Popular, com ênfase no ensino de Ciências. Investiga o ensino sobre drogas em interface com a Educação em Saúde. Áreas de interesse: educação sobre temas de saúde, filosofia da educação, formação de professores, educação popular. Atua como professor na Educação Básica. É pesquisador integrante do grupo CASULO - Pesquisa e Educação em Ciências e Biologia, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Adriana Mohr, Universidade Federal de Santa Catarina
Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988), mestre em Educação pelo IESAE/FGV (1994) e doutora em Educação: ensino de ciências naturais pela Universidade Federal de Santa Catarina (2002) com doutorado-sanduíche na Université de Rouen e no Institut National de Recherche Pédagogique, França (1997-1998). É professora titular da Universidade Federal de Santa Catarina no Departamento de Metodologia de Ensino e no Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica. Tem experiência na área de Educação, trabalhando principalmente nos temas de ensino de ciências, educação em saúde, alfabetização científica, livro didático, formação de professores e classe hospitalar. É pesquisadora integrante do grupo CASULO - Pesquisa e Educação em Ciências e Biologia, da Universidade Federal de Santa Catarina.  

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Published
2025-10-20
How to Cite
Lessmann, C., & Mohr, A. (2025). The prohibitionist reason as scientific discourse. Scientiarum Historia Magazine, 1(1), e493. https://doi.org/10.51919/revista_sh.v1i1.493