Descrições autoetnográficas na performance:

Dura o tempo de um cigarro! e Salomé dançou!

Palavras-chave: Dança. Estudos da Performance. Descrições Autoetnográficas. Perspectivismo Ameríndio. Salomé.

Resumo

A proposta do artigo é descrever o programa performativo utilizado na criação da performance de dança Dura o tempo de um cigarro! E Salomé dançou! Por meio de descrição autoetnográfica, o texto inicia apresentando Salomé como um comportamento duplamente vivido e restaurado a partir dos rastros dela em minha trajetória de bailarina. A questão teórica apresenta Salomé como entidade, sob abordagem antropológica do perspectivismo ameríndio de Viveiros de Castro (2004); e também como um modo de existência meu em desenho e canto (SOURIAU, 2021). A escrita autoetnográfica mostra aspectos metodológicos da pesquisa que gerou a performance inspirada em Salomé, no sentido de apontar referências na arte e na ciência.

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Biografia do Autor

Luciane Moreau Coccaro, Departamento de Arte Corporal, Universidade Federal do Rio de Janeiro

É Professora Adjunta do Departamento de Arte Corporal no Curso de Dança da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Doutora em Ciências Humanas/Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do IFCS/UFRJ. Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Foi professora substituta do curso de Graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Foi Professora Adjunta do curso de Licenciatura em Dança da Universidade Luterana do Brasil e professora titular de Antropologia do Corpo e da Saúde no Pós em Enfermagem junto ao Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde e no Pós de dança da UNIVATES/Lajeado; além de Professora titular na Faculdade Decision da Fundação Getúlio Vargas, ministrando a disciplina de Sociologia, no curso de Administração de Empresas. Prêmio Açorianos de Melhor Bailarina (2000/POA) e como atriz ganhou Prêmio Volkswagen na montagem da Cantora Careca (2003/SP). Integra o Grupo de Pesquisa cadastrado no CNPq - coordenado por Giselle Guilhon Antunes Camargo - CIRANDA - Círculo Antropológico da Dança e o Projeto de Pesquisa Etnografando Etnografias: mapeamento das pesquisas em Antropologia da Dança realizadas no Brasil entre 1990 e 2020, com ênfase na produção da/na Amazônia e Região Sul. De 2018 a 2023 coordenou o Projeto de Pesquisa em Metodologia: Dança, etnografias, autoetnografias e outras narrativas no DAC/UFRJ, com bolsistas PIBIAC e PIBIC. Desde janeiro de 2022 coordena o Projeto de Extensão Núcleo SaPUCa - Núcleo de Pesquisa e Extensão de Samba no Pé Urbano Carioca - coordenação compartilhada com a colega Dra. Ágatha Oliveira e o mestre Th Vieira PPGDan/UFRJ). Em agosto de 2023 criou e coordena o Projeto de Pesquisa em Dança: Antropologia da Dança, Salomé - Etnografias do Feminino e Autoetnografia. Desde 2021 é Membro do Conselho Editorial e Parecerista da Revista Cena/UFRGS, Parecerista da Revista Brasileira de Estudos em Dança /ANDA. Faz parte da Comissão de Organização do Colóquio Latino-americano de Antropologia da Dança e da Comissão Organizadora e Científica do Simpósio de Educação Física e Dança/EEFD/UFRJ. Membro do NDE do curso de teoria da dança na UFRJ. É diretora e bailarina das ações artísticas Entrevista com Salomé, Rastros de Salomé e Salomé: Trilhas.

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Publicado
2025-04-09
Como Citar
Moreau Coccaro, L. (2025). Descrições autoetnográficas na performance: . Revista Scientiarum Historia, 1(1), e468. https://doi.org/10.51919/revista_sh.v1i1.468
Seção
Epistemologia, Lógicas e Teorias da Mente